Qual é o seu bem mais precioso? Minha casa, meu carro, minha coleção de artes, talvez seja a resposta imediata que lhe vem à mente. Mas, se abstrairmos um pouco e pensarmos em coisas que o dinheiro não compra, a resposta seria outra. Minha saúde, minha família, meus amigos, são respostas possíveis.
Talvez você tenha pensado que o tempo é o seu bem mais precioso. Diferente das outras riquezas que acumulamos durante a vida, o tempo é um presente que ganhamos no dia do nosso nascimento, cuja contagem regressiva se inicia nesse exato momento.
Não sabemos exatamente quanto tempo teremos, mas sabemos que, mais cedo ou mais tarde, ele se esgota. O tempo não está à venda. Nenhum dinheiro do mundo pode comprar algumas horas além das 24 diárias, ou 20 anos a mais de vida.
TEMPO
Talvez seja uma reclamação de todos nós: a de que precisamos de mais tempo. Curiosamente, o aumento na oferta de produtos e serviços associado ao avanço da tecnologia nos últimos anos nos proporcionou muito mais tempo.
Uma viagem interestadual, por exemplo, que antes era feita exclusivamente por transporte rodoviário e podia demandar alguns dias da sua agenda, agora pode ser feita em poucas horas, mediante transporte aéreo, por um valor que podemos pagar.
Na área de telecomunicações, os avanços foram enormes e trouxeram velocidade e acesso a informações e comunicação entre profissionais, familiares e amigos. Uma mensagem, antes enviada por carta, podia levar 30 dias para chegar ao seu destino. Hoje, em poucos segundos o contato acontece.
É indiscutível que ganhamos tempo. A pergunta é: como estamos usando esse tempo “extra”? Trabalhando mais? Ficando mais tempo com a família? Mais tempo para lazer e descanso? Quem decide o que você deve fazer com as 24 horas diárias de que dispõe? Você decide!
Gerencie sua agenda e não assuma mais compromissos e responsabilidades do que pode entregar. Seja mais produtivo. Aprenda a fazer mais em menos tempo.
DINHEIRO
Assim como o tempo, dinheiro é uma mercadoria que parece escassa para muitos de nós. Não temos dinheiro para fazer tudo o que queremos, tudo o que precisamos e merecemos. As empresas empregadoras posam de vilãs porque muitos acreditam que ganham menos do que deveriam. Mas será que você ganha pouco ou a verdade é que gasta muito?
O dinheiro é seu, foi ganho com muito trabalho, esforço e suor, e ninguém melhor do que você para decidir o que fazer com ele. Escolhas precisam ser feitas e, lembre-se de que, para cada escolha, existe uma renúncia.
Você será colocado sob pressão inúmeras vezes. Situações do tipo “eu quero”, como tende a exigir uma criança birrenta; “todos os meus amigos têm”, como diz o filho adolescente sobre alguma roupa da moda; “eu mereço”, quando precisamos de alguma coisa para compensar alguma frustração ou falta de reconhecimento no trabalho, na família.
Para tentar resolver esse difícil dilema, temos que limitar as despesas e desfrutar dos pequenos prazeres que o dinheiro pode nos proporcionar. Na moradia, pense no conforto e na segurança do seu lar e no benefício da convivência familiar. Aquele churrasco feito em casa, com os amigos, por exemplo, é bom e barato.
No campo da alimentação, pense na importância da dieta saudável e naquela comidinha caseira que é a única que não enjoa. Ir a restaurantes e bares tem o seu glamour, então faça isso uma vez por semana ou por mês. Seu vestuário pode ser simples, criativo e bem-humorado. Quando a elegância é necessária, ela está muito mais no seu porte, na sua atitude do que na roupa que você veste.
Reserve dinheiro para sua educação e a dos filhos, pense que está investindo na sua formação, na oportunidade de um emprego melhor, na sua carreira, no seu futuro e no futuro dos seus filhos. É chato e dá trabalho controlar todas as nossas despesas. Mas esse controle e planejamento deixam claro que não há dinheiro suficiente para tudo o que queremos e precisamos fazer.
Se você está gastando mais do que ganha, convoque a família para um papo sério.Vocês terão que abrir mão de algumas coisas agora para construir um futuro mais sustentável e prazeroso! Transforme o preço do que você quer comprar em dias de trabalho. É um bom parâmetro para ver se vale a pena e medir o tamanho do esforço necessário para pagar essa conta.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marciadessen