Desde abril de 2015, a gestão da carteira de investimentos da PREVUNISUL é feita pela Riviera Gestora de Recursos Ltda – Administrada pela Socopa – Sociedade Corretora Paulista, os serviços de auditoria são de responsabilidade da empresa Deloitte ToucheTohmatsu Auditores Independentes e os serviços de tesouraria, de controle, processamento e custódia dos ativos financeiros e de escrituração da emissão e resgates de quotas do fundo são contratados junto à Caixa Econômica Federal, com sede em Brasília.
Confira entrevista realizada com o Diretor de Gestão da Riviera, Gélio Luiz Barbosa:
Como está o mercado financeiro atualmente?
O mercado financeiro como um todo atravessa um momento bastante desafiador. No quadro externo, apesar da melhora relativa gradual da economia americana, as demais regiões ainda apresentam dificuldade de crescimento. A Europa é um caso clássico, tendo em vista que os países da Zona do Euro foram seriamente afetados pela crise de 2008, que ainda produz instabilidade econômica em diversos países, além de desemprego elevado e fragilidade das contas públicas. Prova disso são os recentes acontecimentos envolvendo o pacote de ajuda financeira à Grécia, a qual ainda corre risco de sair do bloco econômico e criar mais instabilidade no mercado. Além disso, vemos problemas de baixo crescimento econômico da economia chinesa, principal representante das economias emergentes, onde o governo tem feito todos os esforços possíveis para estimular aquela economia.
No Brasil, o agravamento da desaceleração econômica se soma à crise política. Crescimento baixo, inflação alta, mercado de trabalho fraco, crédito restrito, inadimplência elevada contribuem para a manutenção do ambiente de volatilidade do mercado de juros e ações, em meio à crise de confiança no atual governo. A preocupação do mercado com o futuro da economia brasileira e com o desempenho dos investimentos aumentou com a divulgação recente da redução da meta fiscal do governo, cuja atitude pode ter reflexos diretos na sustentabilidade futura da dívida pública e, com isso, aumentar a chance da parda do selo de grau de investimento pelas agências internacionais de classificação de risco (o que significaria dizer que o Brasil passaria a ser considerado um país com alto risco para investimento sob a ótica do investidor estrangeiro), e, dessa forma, amplificar o ambiente de incerteza e volatilidade no mercado.
Quais são as principais metas de investimentos para o segundo semestre?
Considerando o ambiente de negócios descrito anteriormente e, partindo do princípio de conservadorismo e preservação do capital que sempre nortearam a filosofia de administração de recursos da gestão da PREVUNISUL, a tendência é que a cautela continue sendo mantida até que a sinalização do cenário macroeconômico se mostre mais favorável, do ponto de vista doméstico. Isso implica dizer que a estratégia de aplicação dos recursos da PREVUNISUL deverá manter o caráter mais conservador e voltado para a estratégia de gestão ativa focada nos juros pós-fixados, visto que ainda estamos no final do ciclo de aumento de juros no Brasil. E, principalmente, a orientação dos investimentos focará a superação da meta atuarial, a qual é o grande desafio de 2015, tendo em vista a forte pressão inflacionária verificada no primeiro semestre do ano e a tendência de alta da inflação no curto prazo.
Importante enfatizar que esse momento também poderá trazer algumas oportunidades interessantes de aplicação em investimentos que combinem segurança, liquidez e rentabilidade e que contribuam para uma diversificação da carteira de investimentos da Entidade. Uma alternativa que está sendo estudada e que reúne as características apresentadas acima é o investimento no exterior, em especial, no segmento de títulos com lastro imobiliário nos EUA, cuja economia vem apresentando sinais gradativos de recuperação e deverá ser o contraponto positivo para o crescimento global nos próximos anos.
Quais os principais desafios de administrar os investimentos de uma entidade de previdência complementar?
São muitos os desafios e podemos comentar alguns dos principais deles. Primeiramente, é preciso ter consciência do caráter previdenciário dos recursos, o que implica dizer que os recursos financeiros que estão sendo administrados, no final das contas, atenderão a um objetivo social muito nobre no Brasil, que é o pagamento de benefícios de aposentadorias, pecúlio e outros. Isso é um privilégio (ainda, e infelizmente) de poucos cidadãos brasileiros, portanto todo cuidado durante o processo de gestão dos recursos é fundamental para atingir esse objetivo.
Em segundo lugar, é importante entender que o objetivo do fundo de pensão é de longo prazo e, dessa forma, esse conceito deve ser a principal referência para a gestão dos recursos financeiros da Entidade. Naturalmente que, ao longo do tempo, vivenciamos ciclos econômicos e financeiros mais favoráveis e, em outros momentos, ciclos mais desafiadores, tais como o atual momento. Todavia, o resultado final no longo prazo é o que importa e, assim, a paciência e disciplina na condução dos investimentos são virtudes importantes a serem exercitadas por todos os envolvidos no processo de gestão, desde o gestor propriamente dito até a Fundação e seus participantes.
Outra questão relevante a destacar é que a gestão de recursos para fundos de pensão caracteriza-se pela forte regulação, o que é muito bom e traz maior segurança para todos. Sendo assim, o gestor dos recursos da Entidade deve ser permanentemente diligente em relação ao enquadramento das aplicações e controle de riscos de forma a preservar o sucesso das estratégias e o resultado (rentabilidade) dos investimentos.
Além das questões mencionadas anteriormente, um ponto crucial e fundamental para o sucesso da gestão de recursos para o fundo de pensão é a capacidade/sensibilidade da equipe de gestão em compreender as ansiedades e demandas estratégicas da Entidade, as quais, enfatizamos, são muito diferentes umas das outras.
Nesse sentido, fazemos questão de ressaltar que a Riviera Investimentos está completamente alinhada a todos os bons fundamentos explicados nessa Seção, principalmente, por uma característica peculiar de sua equipe que construiu um histórico de sólida vivência e experiência na prestação ode serviço no segmento institucional, sobretudo, pelo fato de que, parte significativa desse histórico foi construído dentro do fundo de pensão. Isto é, os profissionais de gestão da Riviera Investimentos já tiveram passagem pelo fundo de pensão e, por isso, compreendem perfeitamente as necessidades da Entidade e, dessa forma, procuram se antecipar às demandas, proporcionando eficiência e agilidade na tomada de decisão.
A PREVUNISUL completou 10 anos, o patrimônio da entidade é sólido?
Sim, o patrimônio da Entidade é sólido pelos motivos expostos nas respostas anteriores. Cabe ressaltar, inclusive, a competência técnica e seriedade da PREVUNISUL no trato dos investimentos da Entidade. A PREVUNISUL é reconhecida no mercado institucional como uma Fundação que adota as melhores práticas de governança corporativa e que preza pelos bons fundamentos de gestão alinhados aos princípios fundamentais de transparência, diligência, zelo e responsabilidade na administração de seu patrimônio, o qual, em última instância, representa o patrimônio de seus participantes.
Quais os diferenciais da PREVUNISUL em relação a outros tipos de investimentos?
Por se tratar de uma Entidade Fechada de Previdência, existem diversas vantagens/diferenciais em relação a outros tipos de investimento. Eis algumas delas:
a) Retorno diferenciado: considerando que o fundo de pensão é uma espécie de condomínio que reúne, mensalmente, as contribuições de seus participantes e aplica esses recursos no mercado financeiro, há o benefício de obtenção de melhores taxas de rentabilidade em função do montante maior investido. Assim, aplica-se o princípio de que “a união faz a força” do ponto de vista do retorno financeiro, visto que o participante tende a receber maior rentabilidade do recurso aplicado na PREVUNISUL comparativamente ao rendimento que obteria se aplicasse esse recurso isoladamente no mercado financeiro;
b) Caráter previdenciário: tendo em vista a finalidade principal da Fundação, que é a de pagar benefícios de aposentadoria, prevalece a visão de longo prazo amparada no princípio do caráter previdenciário dos recursos. Em outras palavras, o resultado dos investimentos será convertido, futuramente, em benefício de aposentadoria para os participantes, o que representa um importante diferencial no Brasil. Nesse aspecto, existe uma forte diferença em relação aos recursos aplicados individualmente por conta própria, visto que, em algum momento do tempo, este pode ser “desviado” da finalidade de poupança para o consumo imediato, por qualquer que seja o motivo;
c) Vantagem Tributária: como os fundos de pensão são Entidades isentas de tributação (Imposto de Renda), é possível acumular mais recursos e “diferir” (postergar) o pagamento de imposto para o futuro, à época do recebimento dos benefícios, otimizando o resultado das aplicações financeiras.