os-beneficios-do-mel

Uma maravilha da natureza! O mel, esse fluído viscoso, elaborado pelas abelhas a partir do néctar coletado das flores e armazenado nos favos de suas colmeias, é um alimento poderoso. Seus principais constituintes são carboidratos, principalmente frutose e glicose – está aí a fonte de sua doçura! – e mais 25 polissacarídeos, dentre os quais estão a sacarose e a maltose. Ainda se pode dizer que ele é um alimento “vitaminado”, já que conta com vitaminas A, B1, B2, B3, B5, B6, C e Biotina (vitamina H). Diferentes sais minerais também estão presentes em sua composição: cálcio, fósforo, ferro, enxofre, potássio, selênio, cloro, manganês, cobre e zinco aparecem na fórmula. Em menor quantidade, apresenta conteúdos de proteínas de origem animal e vegetal.
Com tantos elementos em sua composição, não é de se admirar que o mel apresente muitas propriedades e tenha boas funções sobre a saúde. Porém, toda essa potência precisa ser dosada no consumo, já que, como todo carboidrato, pode contribuir para o aumento de peso, quando ingerido em excesso, como informa a nutricionista Cátia Medeiros. E não é mesmo necessário abusar da quantidade: basta uma colher de sopa (ou 10 ml) do fluído ao dia para se tirar proveito das vantagens desse alimento tão saboroso.
Tosse, gripe, tuberculose…
A tradicional receita caseira que indica a ingestão de mel quando se contrai tosse, gripe ou resfriado funciona mesmo! A nutricionista Gabriela Marcelino, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) endossa a sabedoria popular: “Ele é mesmo eficaz contra problemas respiratórios”. E nessa área de tratamentos, a especialista vai além: “As bactérias causadoras de algumas doenças são sensíveis à ação antibacteriana do mel. Entre elas estão a Haemophilusinfluenzae, responsável por infecções respiratórias e sinusites, a Mycobacterium tuberculosis, que leva à tuberculose, a Klebsiellapneumoniae e a Streptococcus pneumoniae, ambas causadoras da pneumonia”.
Mas as funções terapêuticas do mel não se limitam às doenças do aparelho respiratório. O consumo diário provoca o aumento da resistência do organismo a uma série de enfermidades. “Ele tem propriedades antissépticas, antibacterianas, imunológicas, expectorantes, sendo então utilizado como coadjuvante na área terapêutica em diversos tratamentos profiláticos”, conta a nutricionista Gabriela. Vale ressaltar que o mel alivia os sintomas e o desconforto das patologias a ele relacionadas, mas não promove suas curas. O tratamento dessas enfermidades, portanto, deve ser indicado por um especialista.
Antimicrobiano e antibacteriano
Mel possui ação antimicrobiana, impedindo o crescimento de bactérias patogênicas e oferecendo proteção contra algumas doenças. “Ele contém alguns ácidos, sendo que um deles, o glucônico, contribui para a formação do peróxido de hidrogênio, um poderoso antibacteriano. O ferro e o cobre nele presentes contribuem para a ação antimicrobiana”, diz a nutricionista Cátia Medeiros (SP).
Ainda tem ação fungicida e cicatrizante. “O uso tópico do mel estimula a cicatrização de feridas e a atividade anti-inflamatória que diminui dor e edema. Por este motivo, é muito utilizado em ‘pé diabético’ (complicação decorrente do diabetes e que promove o aparecimento de úlceras, infecções, entre outros sintomas nos pés), com ação semelhante à da insulina. Sua aplicação deve sempre ser indicada por um profissional”, explica a nutricionista Juliana Rossi Di Croce (SP).
Bom para o intestino
Devido ao conteúdo de oligossacarídeos presentes no alimento, possui propriedades prebióticas, ou seja, serve de substrato para as bactérias benéficas do intestino. “Foi mostrado, em um estudo, que seu consumo aumenta a população intestinal de bifido bactéria e lactobacilos, devido ao seu conteúdo de fruto oligossacarídeos, um tipo de prebiótico”, explica Juliana. Por essa razão, ajuda no equilíbrio da microbiota intestinal, estimulando o crescimento e atividade de bactérias favoráveis ao organismo. No aparelho excretor, o mel ainda diminui os riscos de infecção urinária: “Algumas bactérias, como streptococcusfaecalis, proteus species e pseudomonasaeruginosa, podem causar a infecção urinária e elas são sensíveis à ação antibacteriana do mel”, explica a nutricionista Cátia.
Pressão, cérebro e coração
Como é fonte de potássio, o mel se torna um alimento interessante para o equilíbrio da pressão arterial, como explica a nutricionista Cátia. “Além disso, o mel pode conter boas quantidades de colina, que é essencial para a função cerebral e cardiovascular, bem como para a composição da membrana celular”, acrescenta Gabriela.
Contra o envelhecimento
O substrato produzido pelas abelhas apresenta ainda ação antioxidante, que promove maior proteção ao organismo contra os danos causados pela formação diária de radicais livres. Os polifenois são as substâncias responsáveis por essas propriedades: quanto mais escuro o mel, maior a quantidade de polifenois e melhor seu poder antioxidante. Os principais são os flavonoides (como aquercetina, luteolina, kaempferol, apigenina,crisina e galangina) e ácidos fenólicos. “Essas substâncias combatem os danos causados por agentes oxidantes, presentes nos alimentose no corpo humano, e assim previnem o envelhecimento e doenças como o Alzheimer, cardiovasculares, entre outras”, atesta Cátia.
Relaxamento na dose certa
O fluído ainda estimula a produção de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar. É fonte ainda de triptofano, um aminoácido precursor da serotonina, que é o hormônio responsável por baixar os níveis de estresse do organismo, melhorando os ânimos.
Atenção às contraindicações
Bebês não podem ingerir mel. A recomendação deve-se ao fato de o alimento ter a presença de esporos da bactéria Clostridiumbotulinum, bacilo responsável pela transmissão do botulismo. O sistema imunológico nessa fase ainda não consegue se defender desse microrganismo. Alguns médicos e nutricionistas desaconselham o consumo até os dois anos. Como o mel é rico em açúcares, o consumo excessivo leva ao ganho de peso e elevam os níveis de glicose no sangue rapidamente, causando os chamados picos de glicemia. “Pessoas com diabetes e resistência insulínica não devem consumi-lo. Nas dietas de emagrecimento, ele deve ser utilizado com parcimônia”, conclui a nutricionista Cátia Medeiros.
Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/